WitchSpring R – Análise
Sabe quando você “descobre” um jogo indie que parece ter surgido do nada e fica viciado nele? Aquele jogo que tem história, jogabilidade, gráficos e trilha sonora boas? Esse é o caso de WitchSpring R, que já está disponível na Steam e chega dia 29 de agosto de 2024 para PlayStation 5 e Nintendo Switch. Uma versão para Xbox One está em desenvolvimento, porém sem data de lançamento.
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Sobre a Série WitchSpring
WitchSpring existe como série desde 2015, feito pelo pessoal do Kiwiwalks, um estúdio independente da Coréia do Sul. Os primeiros jogos eram pequenos RPGs para dispositivos móveis e conquistaram um nicho de fãs ao longo dos anos. WitchSpring R é um remake completo do primeiro jogo e possui combate em turnos com foco narrativo e uma jogabilidade exclusiva que mistura elementos de aventura, simulação e coleta de itens.
HISTÓRIA
WitchSpring R inicia explicando a história de seu mundo, onde há muito tempo, a humanidade reverenciava aqueles com magia e os tratava como deuses. Com o tempo, essa reverência se transformou em inveja. Ao descobrir a fonte dos poderes de seus deuses, a humanidade a rouba, destrói todos os deuses e substituem seus ensinamentos. Aqueles que sobreviveram ao massacre foram fadados a serem caçados e mortos.
Após essa explicação, seguimos a jornada de uma jovem feiticeira chamada Pieberry, nome dado por ela mesma devido ao seu amor por torta (pie) e morangos (strawberry). Abandonada por seus pais ainda na infância, Pieberry vive numa floresta isolada, escondida do restante do mundo desde que se lembra. Tudo que ela sabe é que não deve sair desse local, visto que há uma caça às feiticeiras em andamento. Porém alguns guerreiros começam a surgir na sua floresta, afim de caçá-la.
Isso faz com que Pieberry continue treinando, criando itens e aprendendo novos feitiços para poder enfrentar os inimigos e se manter em segurança. E também resulta na sua saída da floresta em busca de respostas.
PERSONAGENS
Para uma história ser boa, precisa de bons personagens. E WitchSpring R apresenta um elenco grande de heróis, vilões e inimigos, cada um com seus próprios objetivos e motivações. Até mesmo os personagens secundários, aqueles que não possuem tanta relevância na história, acabam sendo memoráveis.
Os personagens passam por um grande desenvolvimento ao longo do jogo. Pieberry, por exemplo, passa de uma criança ingênua e obcecada por tortas para uma feiticeira poderosa, mas gentil. Outros personagens vão se desenvolvendo na história e, com algumas reviravoltas, você não sabe muito bem de qual lado estão e em quem pode ou não confiar.
GRÁFICOS
Por ser um jogo indie e não ter o foco nisso, não espere gráficos ultra realistas. Porém eles atendem bem ao estilo de desenhos asiáticos. Tudo é muito bem feito aqui. O mundo é vívido e cheio de cores, com os personagens bem animados e expressivos. As batalhas também possuem detalhes interessantes graficamente, mesmo que simples.
JOGABILIDADE
A jogabilidade consiste em coletar materiais, lutar contra inimigos, avançar na história, criar itens e melhorias em sua casa e dormir para aplicar as melhorias. Poderia ser repetitivo, mas o jogo faz a progressão gradualmente, fazendo com que você note que está ficando cada vez mais forte.
Como a exploração é estimulada, você se deparará com inimigos muito fortes logo no início do jogo. Eles tirarão toda sua vida com apenas um golpe. Então quando você se desenvolve e finalmente consegue derrotá-los, a satisfação é grande.
As batalhas em WitchSpring R são em turnos, com uma linha do tempo no canto inferior direito. Você pode influenciar a ordem dos turnos com itens antes e durante as batalhas, golpes de atordoamentos e muito mais. Embora você jogue apenas com Pieberry, é possível invocar amigos para te ajudar nas batalhas. Cada um desses amigos, que são identificados como Pet, possue ataques próprios simples e especiais, que levam turnos para carregar. Os seus amigos não perdem vida; apenas Pieberry. Isso facilita um pouco as batalhas, desde que você saiba quando atacar e defender.
O jogo vai te ensinando naturalmente como se comportar nas batalhas. Então você aprende quais movimentos deve fazer, quais inimigos deve atacar no turno, em quais momentos deve usar itens e ataques especiais etc. Você pensará o seguinte em vários momentos: no momento é mais vantajoso atacar fortemente apenas um inimigo ou utilizar um ataque que atingirá vários, porém mais fraco?
Ao longo das minhas horas jogando WitchSpring R, fiquei esperando encontrar bugs, talvez por ser um jogo indie. Mas para minha alegria e surpresa encontrei um bug apenas uma vez. E foi só voltar ao menu inicial e carregar o jogo salvo que o bug não se repetiu.
Outro ponto que gostei foi o quão fácil é você encontrar as informações que precisa. Muitos RPGs pecam nisso. As informações muitas vezes são complicadas de encontrar ou simplesmente não existem. Em WitchSpring R tudo está acessível a qualquer momento e muito bem organizado. Precisa saber qual item precisa para criar algo? Basta acessar o menu, ir no que deseja criar, verificar quantos e quais itens são necessários e também onde pode encontrá-los. Precisa saber para onde ir? Acesse o menu e o mapa para ver o caminho até o local.
TRILHA SONORA
WitchSpring R tem uma trilha sonora muito boa. A música nos ambientes é suave e acolhedora, enquanto os temas de batalha são variados e apropriados para cada situação. Não é aquela trilha sonora que te incomoda com o tempo, podendo até mesmo causar dores de cabeça. Os efeitos sonoros também são bem feitos, desde o menu até as explosões dos ataques especiais.
PONTOS NEGATIVOS
É raríssimo encontrar jogos perfeitos e WitchSpring R não é. Vou ressaltar alguns pontos que poderiam ser melhores:
Por ser um remake de um jogo para dispositivos móveis, a história é pequena e rápida. Algumas pessoas acharão que é o suficiente, mas eu acho que poderia se alongar um pouco mais. Também pelo apontado anteriormente, as áreas do mapa são pequenas.
O ponto mais negativo de WitchSpring R pra mim é o fato de não ter legendas em português. O jogo possui áudio em Coreano e Japonês e legendas em 7 idiomas, sendo Inglês, Francês, Alemão, Coreano, Japonês, Chinês Tradicional e Chinês Simplificado. Entendo que é um jogo indie, com orçamento pequeno e com poucas pessoas envolvidas, mas fico triste de saber que muitos por aqui não o jogarão por não ter legendas em português.
VEREDICTO
WitchSpring R é um jogo muito bom. Vale muito a pena jogar, desde que você goste de jogos indies e/ou RPGs baseados em turnos. Possui uma história fantástica e envolvente, visual e jogabilidade incrível. Te prende do início ao fim.
Gostaria de agradecer ao pessoal da KIWIWALKS que disponibilizou uma cópia de WitchSpring R para a realização dessa análise.
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